A partir da esq.: Viviane Luiza da Silva, Pedro Paulo Gasparini e Zeliana Sabala (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Texto: Matheus Teixeira
Em alusão ao mês internacional das mulheres, ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé e ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial (celebrados em 21 de março), o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) e a Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP) da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania, promoveram um evento sobre as diversas mulheres da sociedade.
“O poder público esteve na plateia, enquanto uma assistência qualificada, para conseguir debater, mas um debate depois de ouvir as demandas das mulheres”, explica Zeliana Luzia Delarissa Sabala, coordenadora do Nudem e defensora de 2ª Instância. A atividade, intitulada “Diversas, mas não dispersas: narrativas e possibilidades”, foi realizada no auditório da ESDP no último dia 21. Deu voz a uma diversidade de mulheres para permitir o diálogo interinstitucional sobre as lutas delas em diferentes espaços.
Defensoras e defensores de Mato Grosso do Sul prestigiam evento (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Parte da equipe do Núcleo de Defesa das Mulheres da Defensoria (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Sabala compôs a mesa de honra do evento junto ao defensor público-geral de Mato Grosso do Sul, Pedro Paulo Gasparini, à secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, e ao defensor público e diretor da ESDP, Igor César de Manzano Linjardi. Na plateia, subsecretárias e subsecretários da Cidadania, defensoras públicas e outras autoridades. O encontro contou com intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems).
Silva concorda com a coordenadora do Nudem sob o aspecto de que a escuta ativa é o melhor caminho para entender e atender as demandas das mulheres. “Precisamos ouvir, entender os anseios e fazer alinhamentos de expectativas para que todas essas políticas públicas realmente estejam impactando onde realmente devem”, aponta a secretária, que agradeceu pela colaboração que Gasparini, Sabala e Linjardi têm dado à pasta estadual.
Para Gasparini, eventos como o “Diversas, mas não dispersas” ajudam a fomentar as políticas públicas voltadas a todas as mulheres. “Devemos fazer as reflexões sobre as mulheres e os espaços em que elas devem ocupar na sociedade. O evento de hoje traz uma das nossas prioridades enquanto Defensoria Pública: discutir a garantia dos direitos das mulheres com as mulheres nas suas diversas especificidades”, argumenta.
Atividade foi realizada na Escola Superior da Defensoria Pública (crédito da foto: Matheus Teixeira)
As convidadas
As painelistas foram: representando as mulheres com deficiência – Almira Souza, pedagoga, especialista em Psicopedagogia Clinica e em Gestão Educacional; representando as idosas – Edna Strasinski, caminhoneira aposentada; representando as mulheres indígenas – Evanisa Mariano da Silva, ex-presidente da Associação das Mulheres Indígenas Terena Urbana e ex-conselheira municipal e estadual da Mulher; representando a população LGBTQIA+ – Giulia Rita, médica e pós-graduanda em Medicina de Emergência; representando as jovens – Isabela Nantes, advogada especialista em Direito Público; representando as fiéis de religiões de matrizes africanas – Niara Muntu, psicóloga e doutoranda em Psicologia; e representando as pretas e pardas – Romilda Pizani, educadora social e coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro/MS.
Giulia, que é travesti, considera-se uma “raridade” por ter conseguido se graduar, e em uma área tão prestigiada, sendo transgênero. “Existem outras pessoas trans formadas, mas ainda somos poucas. Então, é importante estar aqui justamente para denunciar isso!”. Ela acredita que a transfobia, o machismo e a misoginia tornam muito difícil o acesso de pessoas trans a direitos básicos, como educação, segurança, moradia e renda. “Não há vagas afirmativas dentro das universidades, por exemplo, para garantir a entrada de pessoas trans. Muitas vezes, somos vistas de forma inferiorizada, fetichizada, caricata… Muitas das nossas demandas não são levadas a sério, a nossa chance de ser ouvida também acaba muito mais restrita”, protesta.
Evanisa Mariano da Silva, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Romilda Pizani, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Isabela Nantes, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Edna Strasinski, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Giulia Rita, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Niara Muntu, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)
Almira Souza, uma das painelistas (crédito da foto: Matheus Teixeira)