Coordenadora do Nudem durante palestra da Ass. de Ginecologia e Obstetrícia de MS
Texto: Carla Gavilan
A Defensoria Pública de MS, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), participou do evento “Café com Elas: Fortalecendo vínculos, compartilhando histórias, impactando vidas”, realizado pela Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul (Sogomat-Sul) em alusão ao mês das mulheres.
Realizado na Câmara Municipal de Campo Grande, no último dia 08 de março, o encontro recebeu a palestra da coordenadora do Nudem, Zeliana Sabala, defensora pública de 2ª instância, que falou a respeito da violência obstétrica e da mortalidade materna.
Evento discutiu violência obstétrica e a mortalidade materna em MS.
“Às vezes, quando falamos da violência contra a mulher, pensamos somente na violência doméstica e familiar, mas não é. Há outras, como a violência obstétrica, praticada contra a mulher desde o primeiro momento em que ela sabe da gravidez, seja no pré-natal, no parto, período puerperal e pós-parto. E porque estou falando sobre isso? Devido aos altos índices de mortalidade materna registrados no estado. Algo que pode ter mais atenção das equipes hospitalares”, relatou Sabala.
A coordenadora pontuou, ainda, que parte da rotina de atendimento do Nudem às mulheres em situação de violência é perguntar sobre a sua saúde.
“Você está com seu preventivo dia? Tem ido ao seu médico com regularidade? Sei que você veio até aqui para ter informações jurídicas, mas são informações importantes para compreender o quadro de violência”, explica.
Vice-presidente da Ass. Ginecologia e Obstetrícia (Centro-Oeste), Maria Auxiliadora Budib.
Maria Auxiliadora Budib, vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Região Centro-Oeste), anunciou no evento a criação de uma pasta permanente sobre violência contra a mulher no órgão.
“Estamos com essa mulher no consultório, no ambulatório ou centro cirúrgico, de atendimento e, muitas vezes, não sabemos o que está acontecendo, a violência está invisível. Poucas vezes essa a mulher fala, para o médico que a atende durante toda a sua vida, o que ela está sofrendo em casa. Já tivemos cinco óbitos maternos este ano em Mato Grosso do Sul e todos eram evitáveis. Precisamos mudar isso”, destacou.
A presidente da associação em Campo Grande, Rita Tavares dos Santos, agradeceu a parceria de todas as instituições e refletiu sobre “a importância da iniciativa de estarmos atentas, promovendo encontros como esse e em constante diálogo com outras instituições”, afirmou.