Texto: Guilherme Henri
Debates, conquista, políticas públicas e o que ainda falta avançar, marcaram o Simpósio: “Combate a LGBTIA+FOBIA” realizado pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e da Escola Superior (ESDP).
Com mesa de autoridades e público plural, o evento aconteceu na Escola Superior na terça-feira (14) em alusão ao Dia Internacional e também Estadual de combate à homofobia, celebrado em 17 de maio – data em que a OMS retirou o termo homossexualidade da classificação internacional de doenças.
O defensor público-geral, Pedro Paulo Gasparini, foi representado pelo assessor para assuntos institucionais, Mateus Augusto Sutana e Silva.
Assessor para assuntos institucionais, defensor Mateus Sutana.
“No último ano, nosso país registrou um aumento de mais de 50% dos casos de homofobia, uma estatística alarmante que reflete um cenário de violência e discriminação crescente. Essa não é apenas uma estatística, mas é um sinal de alerta de que devemos intensificar os nossos esforços no combate à intolerância. A Defensoria está na linha de frente desse combate, não apenas em defesa dos direitos, mas na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária”, enfatizou.
Em seguida, a coordenadora do Nudedh, defensora pública Thaisa Raquel Defante ressaltou a representatividade do auditório, além do papel da Defensoria Pública do Estado.
“É um compromisso institucional da Defensoria Pública de MS, por meio do Nudedh, a defesa da diversidade, pois é ela quem faz a democracia e o Estado Brasileiro melhor e mais justo”, pontuou.
Já o diretor da ESDP, defensor público Igor César Linjardi, considerou a relevância do encontro. “Eventos como esse estão no DNA da Defensoria Pública de MS e assim também no DNA da Escola Superior que é o órgão da instituição destinado a levar conhecimento às pessoas. Espero, inclusive, que debates como o de hoje sirva para que possamos deixar o incômodo 1º lugar de Estado que mais se mata essa parcela da população”, disse.
O seminário contou com a presença do desembargador do TJ MS, Ruy Celso Barbosa Florence; da secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza; da coordenadora da Associação das Travestis e Transexuais de MS, Mikaella Lima; do subsecretário de Políticas Públicas para População LGBTQIA+, Vagner Campos; do secretário-executivo de Direitos Humanos, Ben-Hur Ferreira, além de ativistas, autoridades e membros de associações e movimentos sociais que lutam pela causa LGBTQIA+.
É preciso discutir para avançar!
As apresentações, conduzidas por pesquisadores brasileiros, enriqueceram o debate sobre as necessidades de avanço nas políticas públicas em Mato Grosso do Sul.
Ana Carolina Santana Moreira, mestra em Educação, advogada e membra da equipe da Secretaria Nacional de Direitos LGBTQIA+, discutiu o tema "Desconstruindo Estereótipos – Promovendo a igualdade de direitos das pessoas LGBTQIA+".
Na sequência, Dan Kaio Lemos, doutor pela UNB, escritor e pesquisador do núcleo TransUnifesp e do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, abordou "Acessos e Cuidados nos sistemas de saúde em relação à gravidez, parto e aleitamento de pessoas transmasculinas".
Ludmila Neves Müller, doutoranda em História, Política e Bens Culturais, apresentou a cartilha "Mulheridades Lésbicas e Bissexuais de MS: Visibilidade, representatividade e combate à violência".
Por fim, Diógenes Cariaga, antropólogo, indigenista e pró-reitor de Ações Afirmativas, Equidade e Permanência Estudantil na UEMS, discutiu "Equidade e Interseccionalidade: desafios para construção de políticas de enfrentamento à LGBTQIAP+fobia".
Clique aqui para assistir o Simpósio completo no canal da Escola Superior da Defensoria Pública de MS.