Texto: Danielle Valentim
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul participou da Aty Guasu - Assembleia Geral dos Homens Kaiowá e Guarani -, realizada em Caarapó de 21 a 26 de novembro. No evento, caciques brasileiros pediram o reforço na segurança.
Representando a instituição, o coordenador do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e da Igualdade Étnica Racial (Nupiir), defensor público Lucas Colares, foi recebido pela ministra Sônia Guajarara e o secretário Eloy Terena.
“Foram discutidos os mais diversos tipos de problemas vividos nas aldeias em áreas como saúde, educação e, também, questões relacionadas à demarcação de terras e a violência praticada por fazendeiros contra a população”, pontuou o coordenador.
Organizado pela Aty Guasu, o encontro resultou em um documento com demandas, que serão apresentadas a autoridades. Nesta edição, as principais reivindicações estão voltadas à homologação de terras e demarcações.
Violência — Em meio aos debates que abordam os muitos casos de violências praticados contra indígenas, na quarta-feira (22), documentaristas não indígenas, que participaram do encontro e preparam um filme sobre a situação dos guarani, sentiram na pele a violência.
O fotojornalista canadense Renaud Philippe, a brasileira, cineasta e antropóloga Ana Carolina Porto e o engenheiro florestal Renato Farac Galata, também brasileiro, denunciaram terem sido vítimas de uma série de agressões causadas por um grupo de homens, alguns deles encapuzados, em uma área de conflito entre indígenas e fazendeiros, em Iguatemi (MS).
O trio participava da Assembleia da Aty Guasu realizada em Caarapó (MS), quando souberam de um suposto conflito na Comunidade Pyllitokoe, em Iguatemi. Os três foram agredidos quando decidiram ir até o local.
Força nacional — O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou uma equipe da Força Nacional para garantir a segurança durante Assembleia Aty Guassu, que reuniu caciques brasileiros, em Caarapó.
Segundo uma das principais lideranças indígenas do povo Guarani-Kaiowá, a cacica Valdelice Veron, o reforço se justifica porque a população tem registrado, desde os anos 2000, diversos casos de violência, como desaparecimentos, estupros, homicídios, tortura, privação de liberdade e trabalho análogo à escravidão.