A convite da Defensoria Pública, especialistas revelam contexto atual e perspectivas da pandemia em MS durante evento da ESDP

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Médico Infectologista Júlio Croda durante a palestra.


Texto: Danielle Valentim


Evento realizado pela Defensoria Pública de MS, por meio da Escola Superior (ESDP), reuniu autoridades em gestão saúde pública para discutir o “Contexto atual e perspectivas da pandemia no MS”.

A conferência online foi transmitida pelas redes sociais da instituição e teve o apoio da Assembleia Legislativa de MS, por meio das plataformas de comunicação da Casa de Leis, entre elas TV ALEMS e Facebook.

O evento teve como convidados especiais a secretária adjunta da saúde de Mato Grosso do Sul e professora da UFMS, Christine Maymone, e o médico infectologista, professor da UFMS e pesquisador da Fiocruz, Júlio Henrique Rosa Croda.



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Primeira subdefensora-geral, Patrícia Cozzolino.

A conferência recebeu a mediação da primeira subdefensora pública-geral do Estado, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira, que reiterou a preocupação da Defensoria Pública de MS com a população em situação de vulnerabilidade social e destacou as novas dificuldades enfrentadas pela instituição diante da pandemia.

“Desde o início da pandemia, a Defensoria se preocupou com a sociedade e buscou parceiros que acreditam na minoração das mortes, das dificuldades e das doenças, principalmente, do cidadão hipossuficiente que nós atendemos, porque sozinhos não realizamos nada”, pontuou a primeira subdefensora-geral, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira.

O diretor da ESDP, defensor público Igor César de Manzano Linjardi, pontuou que no próximo sábado, dia 17 de outubro, é celebrado o Dia Nacional de Vacinação e, “em tempos de pandemia, em que o mundo inteiro espera a imunização, a Defensoria através desse evento apresenta informações atualizadas”, disse.

Análises e perspectivas

O médico infectologista, professor da UFMS e pesquisador da Fiocruz, Júlio Henrique Rosa Croda, compartilhou dados recentes sobre a doença no Brasil e no mundo.

“A Covid é uma doença negligenciada de certa forma. A população mais pobre não teve como fazer qualquer tipo de isolamento, pois teve de sair, usar o transporte público, voltar a trabalhar mais precocemente e, por isso, tivemos mais óbitos desse público. O Brasil, em certo período, foi o epicentro da doença e até o momento a América Latina representa 43% do total de todos os óbitos do mundo, com destaque ao México, Peru e Argentina”, ressaltou. 

Ao analisar a doença em Mato Grosso do Sul, o pesquisador chamou atenção para a explosão de casos na fronteira de MS com a Bolívia. “No coeficiente de mortalidade por Covid em MS, claramente temos Corumbá no topo das mortes com 127,9 mortes por 100 mil habitantes, três vezes mais mortes que em Dourados, o dobro de Três Lagoas e quase o dobro da Capital. O que significa que menos pessoas estão sendo testadas”, apresentou o infectologista.



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"Qualquer óbito não é motivo de alegria, mas uma única morte é resultado de um esforço muito grande das instituições", destacou a secretária adjunta.



Na sequência, a secretária adjunta da saúde de Mato Grosso do Sul e professora da UFMS, Christine Maymone, contextualizou o tratamento da Covid-19 no Estado e evidenciou a preocupação com o comportamento da população em relação ao isolamento social.

“Desde o primeiro momento buscamos o que a ciência mostrava e quais os rumos que poderíamos tomar para estimular políticas públicas que beneficiariam a população. Uma das questões mais difíceis que vejo hoje é a resposta da sociedade em relação à pandemia. Há 10 dias, o Estado tem registrado taxas abaixo de 1.0 e 0.9, mas há registros de muitas aglomerações durante o último feriado e isso nos deixa em alerta quanto a um novo repique”, frisou a secretária adjunta.

População carcerária

Um dos destaques do evento online foram as medidas de prevenção adotadas com a população carcerária. A secretária adjunta de saúde do Estado explicou como as parcerias entre as instituições foram eficientes no enfrentamento à Covid-19 e também à tuberculose.

“Graças ao apoio que temos tido de profissionais como a médica infectologista Dra. Mariana Crota, que atua no Centro de Operações Emergenciais (COE) e também do pesquisador Dr. Júlio, com seu projeto voltado à tuberculose, nós conseguimos dizer que de toda a população prisional de Mato Grosso do Sul, infelizmente, tivemos um óbito. Qualquer óbito não é motivo de alegria, mas uma única morte é resultado de um esforço muito grande das instituições que atuam nos presídios”, afirmou.



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"Sabemos o quanto o projeto sobre a tuberculose fez a diferença no Estado”, ressaltou a primeira subdefensora-geral.

Durante o evento, a primeira subdefensora pública-geral, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira, também ressaltou que “com relação à saúde das pessoas privadas de liberdade, nós, enquanto defensores e defensoras, que estamos dentro das unidades penais em atendimento, sabemos o quanto o projeto sobre a tuberculose fez a diferença no Estado”, disse.

Confira aqui o evento completo AQUI.

Defensoria Pública-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul

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