Defesa dos Direitos da Mulher: Defensoria Pública de MS explica como imprensa pode atuar sem revitimizar mulheres

 

img 3648 thais dominato silva teixeira fto izaias medeiros 2

Coordenadora do Nudem, defensora pública Thais Dominato. Foto: Izaias Medeiros

Texto: Carla Gavilan Carvalho

Em reportagem especial divulgada pelo Lado B, do site Campo Grande News, a Defensoria Pública de MS comenta como os veículos de comunicação podem atuar de forma a contribuir com a defesa dos direitos das mulheres que sofrem violência doméstica.

Na divulgação, a coordenadora do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher), defensora pública Thais Dominato, afirma que os jornalistas têm um papel de muita responsabilidade ao noticiarem casos de feminicídio.


"O cuidado que precisa ser tomado é para não reforçar estereótipos, conceitos machistas e culpabilização da vítima", explica a defensora na notícia.


A instituição foi convidada a participar da reportagem para repercutir a Carta Aberta produzida pelo Coletivo Margarida Marques, criado para acolher vítimas de assédio na UFMS e que é formado por mulheres acadêmicas, professoras e jornalistas.
A intenção do grupo é promover uma reflexão com a imprensa sobre a construção das notícias nos casos de mulheres assassinadas somente pelo fato de serem mulheres.

Conforme a reportagem do Lado B, a Carta Aberta destaca a preocupação em como as vítimas de feminicídio, estupro e assédio são retratadas nas notícias e, a partir dessa imagem, o jornalismo possibilita a legitimação de determinados discursos.

A coordenadora do Nudem citou alguns exemplos de como algumas manchetes revitimizam exploram a vida sexual de mulheres como se isso pudesse medir o grau de culpa. "Garota de programa foi morta ou ex-namorada foi morta saindo de motel. São fatos que vem para reforçar o conceito machista e culpabilizar como se a vítima pudesse ser morta porque estava num motel", pontua na notícia.

A defensora pública faz um importante paralelo entre a imprensa e num julgamento de violência doméstica, que apresentam, muitas vezes, questionamentos que deveriam ficar de fora. "Quantas vezes no julgamento tem advogado perguntando para a vítima: 'ah, mas você traiu?' O que isso interessa para a juíza? Não vai mudar em nada o julgamento naquele caso e perguntas desse tipo têm sido indeferidas", conta.

Confira aqui a notícia na íntegra com a Carta Aberta do Coletivo Margarida Marques.

Defensoria Pública-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul

Search