Vitor Hugo, a mãe Geni e o pai Alfredo, no Bairro Bom Retiro.
Texto: Danielle Valentim
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Adep-MS (Associação dos Defensores Públicos de Mato Grosso do Sul), encerrou nesta quinta-feira (9) as entregas de 720 cestas básicas e 140 kits de higiene, em apoio ao isolamento social contra o avanço do novo coronavírus. A ação beneficiou indígenas de duas aldeias e moradores de cinco comunidades da Capital.
Todos os alimentos e produtos de higiene são resultado de uma campanha interna de arrecadação de dinheiro entre defensoras e defensores públicos.
Defensor público-geral, Fábio Romi da Silva, primeira subdefensora-geral, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira, e presidente da Adep/MS, João Miguel de Souza.
O defensor público-geral, Fábio Rogério Rombi da Silva, reforçou a importância do isolamento social e agradeceu a recepção dos moradores.
“Com a quarentena está tudo fechado e a população não consegue os recursos financeiros do dia a dia. Sabemos que é uma situação que acaba chegando em tristes quadros de falta de alimentos. Pensando nisso, nós nos reunimos e cada defensor e defensora doou um valor. Com esse dinheiro nós compramos as cestas básicas e kits de higiene para entregar em alguns pontos de Campo Grande”, frisou o defensor público-geral.
Entrega no Bairro Vespasiano Martins.
As entregas aconteceram nessa quarta e quinta-feira e contaram com a presença da primeira subdefensora-geral, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira; da segunda subdefensora pública-geral, Valdirene Gaetani Faria; da chefe de Gabinete, Maria Rita Barbato; e do presidente da Adep/MS, João Miguel de Souza.
No primeiro dia, a ação entregou 80 cestas básicas na Aldeia Água Bonita e outras 250 na Aldeia Tarsila do Amaral.
Defensores e defensoras no primeiro dia de entrega.
A cacica Alicinda Terena, da Aldeia Tarsila do Amaral, agradeceu as doações e ressaltou a importância da ajuda, neste momento de quarentena, já que os terenas são empreendedores e as vendas estão paradas.
“Produzimos cerâmica, aqui temos artesãos e feirantes que não podem sair para vender. Muitas famílias são lideradas por mulheres que também trabalham como diaristas e em supermercados, está tudo parado. Além disso, temos nossa população idosa e muitos estudantes e acadêmicos”, frisou a cacica.
Distancia segura para evitar aglomeração.
No período da tarde, no Bairro Bom Retiro, a organização para entrega de cestas rendeu até marcação na rua de terra, para manter distância segura das pessoas, uma das medidas contra a transmissão do Covid-19, o novo coronavírus.
Por lá foram entregues cerca de 176 cestas básicas e kits de higiene. O pedreiro Alfredo Armoa, de 34 anos, e a esposa Geni Alves da Silva, de 40 anos, que está grávida de três meses, não perderam a oportunidade.
“Estava desempregado e agora que consegui um bico, a obra parou. A comida estava fazendo falta, estava sem nada em casa e essa ajuda veio em boa hora. A situação está difícil porque, além do Vitor Hugo de três anos, minha esposa está grávida”, disse o pedreiro.
Dona Santina equilibra a cesta na cabeça.
Equilibrando a cesta básica na cabeça, a aposentada Santina Vilmes, de 66 anos, que sustenta uma casa sozinha e mora no Bom Retiro há quatro anos agradecia o apoio da Defensoria. “Essa ajuda da Defensoria veio de Deus. Estou muito feliz”, disse.
Já na Cidade de Deus, os defensores e defensoras entregaram cerca de 90 cestas e kits de higiene. A dona de casa Claudia de Souza Campos, de 46 anos, foi uma das responsáveis por organizar listas de moradores.
Dona Claudia ajudou a organizar os moradores na Cidade de Deus.
“Organizar o pessoal para a ação foi tranquilo porque dividimos em listas, a dos catadores do lixão, as mães das crianças da escolinha, que todo ano recebem o presente, e demais pessoas que estão passando por dificuldades hoje atingiram 89 moradores”, disse a moradora.
Nesta quinta-feira (9), as entregas beneficiaram 50 famílias do Bairro Vespasiano Martins, 80 no Jardim Canguru, 18 famílias que atuam na reciclagem no Bairro Rita Vieira e outras 33 do Parque do Lageado.
Trabalhadores que atuam na reciclagem, no Rita Vieira.