Seminário lotou o auditório da Escola Superior da Defensoria Pública de MS.
O suicídio entre crianças, adolescentes e indígenas, como identifica-lo e as formas de prevenção foram os principais temas abordados durante seminário que aconteceu na Escola Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (ESDP-MS), na última sexta-feira (27).
Ao coordenar o evento, a diretora da ESDP, defensora pública Camila Mués dos Santos Flausino, destacou a importância do tema.
“Por meio do Núcleo de Atenção à Saúde, às Pessoas com Deficiência e aos Idosos – o NASPI -, a Defensoria Pública de MS é uma grande porta de entrada às pessoas que buscam desde consultas a medicamentos relacionados a tratamentos psiquiátricos. Para nós, é de extrema relevância debatermos o assunto para que os ‘gatilhos’ do suicídio fiquem claros e sejam identificados por todos”, destacou a diretora.
Diretora da ESDP, defensora pública Camila Maués dos Santos Flausino.
A psicóloga Fernanda Lourenço Esteves Corrêa da Silva abordou o suicídio entre crianças e adolescentes em Campo Grande.
“No caso de crianças, a ideação pode se revelar menos específica e sem planejamento, por não ter noção do próprio conceito de morte. Por outro lado, a impulsividade relativa à adolescência também pode se contrapor à ideação suicida com um plano para executar a própria morte. São duas situações que podem ser diagnosticadas dentro de casa, por meio de conversas e, a família identificando um quadro de ideação, buscar ajuda especializada”, explica a palestrante.
Psicóloga Fernanda Lourenço Esteves Corrêa da Silva.
Na sequência, o doutor em antropologia, Spensy Kmitta Pimentel discutiu o suicídio indígena, as relações com a cultura e o contexto atual dos povos originários no Estado.
“Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país e em particular é o Estado que, hoje, tem um auto índice de suicídio da população Guarani-Kaiowás. Esse não é um problema novo, é algo denunciado pelas lideranças há, aproximadamente, 40 anos e continua sem solução. A temática merece atenção dos mais diversos órgãos públicos devido a sua natureza complexa. Precisamos pensar na questão da qualidade de vida nos espaços que são ocupados pelos povos indígenas, considerando principalmente cada especificidade cultural”, destacou o doutor.
Doutor em antropologia, Spensy Kmitta Pimentel.
Por fim, a psicóloga Elis Regina Souza Cornejo tratou sobre o diagnóstico preventivo e as formas de prevenção do suicídio.
“A compreensão sobre o suicídio vai mudando ao longo do tempo e isso faz com que nós também mudemos nosso comportamento em relação à temática, não só desconstruindo conceitos, mas também orientando atitudes em relação ao suicídio e como preveni-lo”, disse.
Psicóloga Elis Regina Souza Cornejo.
Dados
De acordo com o Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul é o 3º estado no Brasil com maior taxa de suicídio. Aqui, assim como no país, o problema atinge, em maioria, adolescentes e jovens adultos, além de também ser crescente entre indígenas do conesul.
(Texto: Guilherme Henri)