A violência contra a mulher é democrática, mas ela atinge com mais peso e força as mulheres negras. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, a taxa de feminicídios contra as mulheres não negras é de 3,1 por 100 mil, enquanto a das mulheres negras é de 5,3 por cem mil, uma diferença de mais de 71%.
Busto em homenagem à fundadora da comunidade quilombola, Eva Maria de Jesus.
Para estreitar o diálogo e empoderar estas mulheres, a Defensoria Pública realiza nesta quinta-feira (25), um “diálogos sobre a Lei Maria da Penha na comunidade quilombola Tia Eva”, às 17h30, em Campo Grande, aberto a toda população.
O evento acontece na data da comemoração do Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e será ministrado pela coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), defensora pública Thaís Dominato Silva Teixeira e pela psicóloga do Núcleo, Keila de Oliveira Antônio.
“O fenômeno da violência contra a mulher tem suas razões na relação de poder e desigualdade de gênero com origem histórica e cultural e é ainda mais acentuado quando se faz o recorte de raça, afinal, a mulher negra é atingida por mais de uma vulnerabilidade relacionadas diretamente ao machismo e racismo”, afirmou a defensora pública.
O encontro é realizado em parceria com o Grupo Mulheres Negras Em Ação Da Comunidade Tia Eva (Gmune) e a Associação Dos Descendentes De Tia Eva.
Texto: Lucas Pellicioni